Davi Kopenawa, xamã e grande liderança yanomami, conduziu comemoração dos 30 anos da homologação da Terra Indígena Yanomami durante o III Fórum de Lideranças Yanomami Ye'kwana realizado na comunidade Xihopi, que contou com cerca de 500 participantes, entre lideranças de outras regiões do território e aliados históricos.

[ Xamã Davi kopenawa é alçado durante ritual na aldeia Xihopi, Terra Indígena Yanomami, no estado do Amazonas Christian Braga / ISA]

Lideranças yanomami da região de Maturacá, na Terra Indígena Yanomami, iniciam projeto que leva visitantes ao Yaripo (Pico da Neblina), ponto mais alto do Brasil e lugar sagrado para este povo indígena. Trata-se de uma Iniciativa turística de base comunitária que tem o objetivo gerar renda, proteger o território e fortalecer a cultura.

Novo relatório da Hutukara Associação Yanomami aponta impactos da invasão da Terra Yanomami por garimpeiros, em 2021, com dados, imagens aéreas, análises e relatos em primeira pessoa dos próprios yanomami sobre inúmeras violências sofridas. Trata-se do pior momento de invasão desde que a TI foi demarcada e homologada, há trinta anos. O relatório alerta que, entre 2016 e 2020, a área impactada pelo garimpo ilegal cresceu 3.350%. 

Lideranças da TI Yanomami promoveram manifestação pelas ruas de Boa Vista, capital de Roraima, e uma intervenção no Monumento ao Garimpeiro, no centro da cidade, denunciando a escalada da invasão garimpeira no território e o colapso do atendimento à saúde. Também foram entregues cartas às autoridades e órgãos públicos.

Em maio de 2021 a comunidade de Palimiú, localizada às margens do Rio Uraricoara, um dos mais afetados pelo garimpo ilegal em toda Terra Yanomami, é atacada ao longo de dias seguidos por garimpeiros que passam de barco diante da comunidade atirando. As imagens do ataque foram registradas pelos yanomami e divulgadas em todo o mundo. 

O líder yanomami Davi Kopenawa foi eleito, em outubro de 2021, integrante da Academia Brasileira de Ciências (ABC). A eleição de Davi é um gesto de reconhecimento por sua contribuição na expansão dos conhecimentos científicos, no sentido plural, e sua nomeação é um marco relevante no reconhecimento público de conhecimentos ancestrais de um povo indígena enquanto ciência.

Fórum de Lideranças da TI Yanomami promove a campanha #ForaGarimpoForaCovid. A campanha tem a adesão de 438 mil assinaturas em sua petição, que pede a retirada dos garimpeiros da TIY. e é entregue a deputados e senadores com uma intervenção artística, no Congresso Nacional, com ilustrações do artista indígena Joseca Yanomami.

Mais de 120 lideranças de diversas regiões da Terra Yanomami se reuniram em novembro na comunidade Watoriki para realizar o I Fórum de Lideranças da Yanomami Ye'kwana, a principal instância de governança da Terra Indígena Yanomami. Na ocasião, os indígenas se mobilizaram no centro da maloca para mandar um recado ao Brasil e ao mundo: fora garimpo! 

Yanomami e Ye'kwana entregam ao governo seu Plano de Gestão e Protocolo de Consulta.
Davi Kopenawa e representantes das associações da Terra Indígena Yanomami percorreram 13 órgãos federais em Brasília e Manaus para entregar seu Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) e Protocolo de Consulta. Os documentos foram construídos com a participação de pelo menos 100 indígenas e é considerado o acordo coletivo mais importante para o futuro das mais de 26 mil pessoas que vivem na TIY.
Saiba mais em https://isa.to/3whOm9y

Em dezembro de 2019 os Yanomami e Ye'k'wana lançaram o primeiro lote de 1 mil barras de um chocolate produzido com cacau nativo da Terra Indígena Yanomami. A iniciativa, idealizada por lideranças Ye'kwana, busca gerar renda adicional para as comunidades e bater de frente com a lógica destrutiva do garimpo, que assedia e ameaça as comunidades. 

O lançamento do Cogumelo Yanomami é resultado de um importante trabalho de pesquisa intercultural sobre o sistema agrícola Yanomami e se mostra uma aposta acertada para a geração de renda para as comunidades envolvidas no projeto. Nos primeiros três anos de trabalho, os indígenas identificaram e coletaram 8 toneladas de cogumelos nativos da Amazônia para comercialização. A venda do produto gerou nesse período uma renda de cerca de R$ 250 mil, inteiramente revertida para 21 comunidades Sanöma, subgrupo Yanomami da região de Awaris.

Em setembro de 2014, a Expedição Õkrãpomaɨ, organizada pela Hutukara com apoio do ISA e parceria de conteúdo com a equipe do Mídia Ninja, percorreu mais de 50 km de fronteira no Limite Leste da Terra Indígena Yanomami entre os rios Uraricoera e Mucajaí.

Estudo inédito da Fiocruz, em parceria com o ISA, apontou presença de altos níveis de mercúrio em habitantes da Terra Indígena Yanomami. A pesquisa visitou 19 aldeias nas regiões de Papiú e Waikás, em novembro de 2014. O caso mais alarmante foi o da comunidade de Aracaçá, onde 92% do total das amostras apresentaram alto índice de contaminação. 

A Hutukara comemora a saída dos últimos fazendeiros que ainda estavam ilegalmente dentro da Terra Indígena na Região do Ajarani. Resquício dos projetos de colonização iniciados na década de 1970. Os Yanomami pregando a placa de delimitação da Terra Indígena, após o último fazendeiro deixar suas terras.

Em três anos a nova secretaria não conseguiu melhorar os alarmantes indicadores de saúde na TI Yanomami.O índice de mortalidade infantil na TI Yanomami que era de 102 por mil nascimentos em 2010, subiu para 113 em 2013.

Exploração madeireira, grilagem de terra e garimpos. Em 2013, uma nova expedição de monitoramento pelo Limite Leste da Terra Indígena Yanomami, iniciativa da Hutukara, com o apoio da Funai, ISA, Polícia Ambiental e Bope, registrou as pressões neste território.

A Hutukara, em parceria com o ISA e a Funai, dá início ao projeto de monitoramento do Limite Leste da TI Yanomami, com uma série de expedições. Integrada pela Funai, Hutukara, Exército e ISA, a iniciativa é apoiada pela Fundação Rainforest da Noruega e busca colher dados para um diagnóstico da área entre os rios Ajarani e Apiau, onde há invasões não indígenas.

PL proposto pelo Senador Romero Jucá (PMDB/ RR), em 1996, regulamenta a exploração mineral em Terras Indígenas. Atualmente, 54,8% da TI Yanomami está requisitada por dezenas de empresas mineradoras

Operações da Funai, em parceria com exército e polícia militar, conseguiram retirar pelo menos 1.500 garimpeiros, desativar 22 pistas e afundar 84 balsas. Mas, estima-se que este total representa apenas a metade do total de garimpeiros atuando no território yanomami.

A Funai estima que cerca de 3.000 garimpeiros estariam retirando ouro ilegalmente da TI Yanomami, operando 42 pistas de pouso ilegais e 300 balsas nos rios.

Nesta imagem, Antonio Alves, secretário da recém-criada Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada diretamente ao Ministério da Saúde, recebendo adornos e sendo pintado de urucum, ladeado por Armindo Goes, presidente da Ayrca, e de frente para Davi Yanomami. IV Assembleia Geral da Hutukara. Toototobi, TI Yanomami (AM).

A crise econômica mundial fez com que o preço do ouro subisse 100% em menos de 2 anos, fazendo com que se iniciasse uma segunda corrida do ouro na TI Yanomami.

O índice de mortalidade infantil na TI Yanomami chegou a 140 mortes por mil nascimentos. E o índice de incidência de malária chegou a 344.

A Hutukara foi fundada no dia 12 de novembro de 2004, na aldeia Watoriki região Demini, na Terra Indígena Yanomami.

Os convênios com ONGs foram desfeitos. A partir de 2005 os recursos, que já eram altos naquela época, ficaram sob o controle da Funasa: um órgão sob fortes ingerências de partidos políticos.
 

A ONG Urihi, que chegou a cuidar de 18 das 37 regiões da TI Yanomami, conseguiu avanços notáveis na melhoria da saúde dos Yanomami. Quando começou, o índice de mortalidade infantil nas regiões onde trabalhava era de 161 mortes por mil nascidos vivos, em 1999. Esse número caiu para 38 no ano de 2001.

O Governo Federal, através do Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), iniciou a implantação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, contando com a parceria de ONGs, estados e municípios.

As savanas (lavrados) e os sistemas florestais de contato são muito comuns em Roraima. Este último ecossistema é encontrado em maior volume na região centro-oeste, limítrofe à Terra Indígena Yanomami. Não coincidentemente, esta área foi quase totalmente afetada pelos incêndios em 1998 e 2003, chegando a atingir pontos do Limite Leste da Terra Indígena Yanomami (Fonte: Reinaldo Imbrozio Barbosa).

Homologação da Terra Indígena Yanomami, uma área extensa e contínua, com extensão de 9.664.975 hectares de floresta tropical. Leia o Decreto que homologa a demarcação administrativa da Terra Indígena Yanomami, nos Estados de Roraima e Amazonas.

 A operação Selva Livre dá início a retirada de parte dos garimpeiros da Terra Indígena Yanomami
 

Os indicadores da saúde Yanomami comparavam-se aos piores índices mundiais, com altas taxas de mortalidade geral e infantil e alta morbidade por doenças como malária, tuberculose, infecções respiratórias agudas e diarreias.

Nova Constituição Federal, avanço nos direitos indígenas (artigo 231) e Criação do Estado de Roraima.

Entre 1987 e 1990, chegada de garimpeiros de outras regiões da Amazônia para o território Yanomami leva de 30 a 40 mil garimpeiros, o equivalente a 4 vezes a população Yanomami da época, espalhando violência e graves problemas sanitários e sociais. Na época foram construídas mais de 100 pistas de pouso clandestinas dando suporte ao garimpo.

Na década de 1980, invasão do território Yanomami por garimpeiros, e tentativa de fracioná-lo em “ilhas” pelo projeto Calha Norte.

Com a Invasão dos garimpeiros a malária é introduzida em larga escala no território Yanomami, levando à morte aproximadamente 15% desta população, dando início a um verdadeiro caos sanitário na Terra Indígena

O governo federal cria um programa de colonização para o Estado de Roraima que toma parte do território Yanomami. Alguns assentamentos são criados em cima de antigas aldeias. Ano de criação da CCPY (Comissão Pró-Yanomami, originalmente denominada Comissão pela Criação do Parque Yanomami), organização não-governamental dedicada à defesa dos direitos territoriais, culturais e civis dos Yanomami.

Início das obras da Rodovia BR-210 (Perimetral Norte), estrada que foi a porta de entrada para o território yanomami. Estima-se que 80% do grupo yanomami localizado na região diretamente afetada pela estrada morreu por doenças trazidas pelo contato. A construção da estrada foi paralisada devido a forte pressão internacional. 

Durante as décadas de 1950 e 1960, contatos esporádicos com representantes da fronteira extrativista, militares da comissão de limites, funcionários do SPI (Serviço de Proteção ao Índio), viajantes estrangeiros, garimpeiros e fazendeiros. Chegada das primeiras frentes missionárias.